A Melhor Amiga — 3 UMA CONQUISTA?


Sinopse: Começou como uma amizade que evoluiu para um sentimento puro, ingênuo até. Nenhuma das partes sabia realmente o que estava acontecendo — era quase uma brincadeira de criança. Porém, o que era ingênuo torna-se malicioso e o que era quase uma brincadeira de criança transforma-se em uma tragédia.

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3
UMA CONQUISTA?

Uma, duas, três vezes... a cena de Jeniffer se declarando para Kauê repetia-se na cabeça de Carol da mesma forma que um disco velho e riscado repete parte de uma música. A garota, contudo, não conseguia entender, nem muito menos compreender o que estava se passando com ela — seria ciúmes?

Foi então que certa noite aconteceu: ela viu-se, em sonho, na escola durante uma linda tarde ensolarada. Aparentemente não havia mais ninguém ali, além dela.

Desesperada, a garota de olhos puxados começa a olhar sala por sala, banheiro por banheiro, em busca de alguma alma viva, contudo, não havia ninguém.

Já quase desistindo de sua busca, ela escuta umas vozes familiares — vozes muito parecidas com a de Jeniffer e a sua própria. Carol segue o som e chega até a mesma sombra de árvore onde sua amiga tinha se declarado para Kauê, contudo, no lugar do artilheiro estava alguém idêntica a ela — como um clone —, olhando fixamente para a adolescente.

“Eu gosto de você”, diz Jeniffer para a outra Carol, roubando, em seguida, um selinho dela. O coração da garota de olhos puxados original dispara; uma intensa carga de adrenalina invade seu corpo e, momentos antes dela tomar o lugar de seu clone, ela acorda.

— Nossa! Você está diferente hoje. — Comenta Jeniffer, ao encontrar com a amiga, na escola, pouco antes do primeiro sinal.

— Por quê?

— Sei lá... você parece mais feliz.

De fato, Carol estava com um largo sorriso no rosto e seus olhos brilhavam.

— Eu já sei como conquistar o Kauê. — Diz Jeniffer. Quase que instantaneamente o brilho que existia nos olhos de Carol desaparece.

— E como você pretende conquistá-lo? — Pergunta a garota, esforçando-se para não parecer desgostosa.

— Vou me aproximar dele, oras... ele não tinha dito que não podia ficar comigo porque nós não nos conhecíamos? — Responde Jeniffer, toda empolgada.

— Ahn... Eu acho que você anda lendo muito mangá ultimamente.

— Ah! Nada a ver!

E assim Jeniffer começou a frequentar os treinos de futebol de Kauê; a assistir aos jogos dele e, claro, sempre que podia, falava com ele, mesmo que fosse apenas um “bom dia” ou um “até logo”.

Apesar de ter outros sonhos em que sua melhor amiga se declarava para ela, o humor de Carol ia cava vez mais de mal para a pior.

— Carol, o que foi com você? — Pergunta o pai da garota durante um jantar após notar as expressões cabisbaixas da filha.

— Nada pai! Não foi nada! — Responde ela, em um tom claramente depressivo, levantando-se na mesa em seguida, justamente para evitar novas perguntas.

No dia seguinte, para piorar ainda mais o humor da garota de olhos puxados, Jeniffer a cumprimenta toda empolgada, com o mesmo ar de quem tem uma grande novidade para contar.

— Amiga! Você não vai acreditar!

— O que foi? — Pergunta Carol.

— Eu consegui! O Kauê e eu “ficamos”! — Responde Jeniffer, esforçando-se ao máximo para não gritar de alegria.

Foi sobre-humano, mas Carol conseguiu fingir um sorriso e uma pequena empolgação.

Durante o intervalo daquele mesmo dia, enquanto Jeniffer escondia-se atrás da mesma sombra da quadra para ficar com Kauê, Carol ficou no banheiro, remoendo a imagem da amiga de mãos dadas com o artilheiro enquanto chorava.

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