A Melhor Amiga — 2 A DECLARAÇÃO


Sinopse: Começou como uma amizade que evoluiu para um sentimento puro, ingênuo até. Nenhuma das partes sabia realmente o que estava acontecendo — era quase uma brincadeira de criança. Porém, o que era ingênuo torna-se malicioso e o que era quase uma brincadeira de criança transforma-se em uma tragédia.

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2
A DECLARAÇÃO

A primeira vez que Jeniffer havia visto Kauê acontecera durante a apresentação dos alunos no primeiro dia de aula. Em princípio a garota não sentira nada de especial por ele, porém, o tempo, e os inúmeros jogos de futebol que aconteciam durante as aulas de Educação Física, ajudaram com que o jovem artilheiro não mais saísse da cabeça dela.

— Você acha o Kauê bonito? — Indaga Jeniffer a Carol durante a aula.

— Não sei... eu confesso que nunca reparei nele. — Responde ela.

Para bem dizer a verdade, até aquele momento, a garota de olhos puxados nunca havia reparado em nenhum de seus colegas, principalmente com segundas intenções.

— Será que ele tem namorada? — Torna a perguntar Jeniffer. Carol responde com um balançar de ombros, em sinal de dúvida.

A aula termina, mas não as indagações de Jeniffer sobre Kauê assim como uma estranha sensação começa a pulsar em Carol.

O tempo ia avançando e mais e mais na cabeça de Jeniffer Kauê ia ficando — houve dias, inclusive, em que a adolescente sonhara com ele. Então, certo dia, ela resolve tomar uma iniciativa.

“Eu vou falar com ele!” dizia o bilhete que a adolescente mandara à sua melhor amiga, durante uma atividade de leitura, na aula de História.

— Como assim? — Pergunta Carol, n’outro bilhete.

— Hoje, no intervalo. Amiga, já não aguento mais! Eu quero ele!

Como um fósforo lançado em um amontoado de carvão embebido em álcool, o mesmo sentimento estranho que havia surgido na garota de olhos puxados naquela fatídica aula de Educação Física transforma-se em um incêndio, deixando-a sem palavras nem ações — ela queria tudo menos ver sua melhor amiga se declarando para Kauê. Mas não havia nada que ela podia fazer.

Enchendo-se de uma coragem que ela não tinha, Jeniffer se aproxima de Kauê e o chama para conversar, em particular — o artilheiro estava rodeado de outros garotos, que conversavam entre si enquanto saiam pela porta.

— Então... o que você queria falar comigo? — Pergunta ele, agora sob a sombra que a quadra fazia já quase bem longe da sala.

—É que eu... — Toda a coragem que ela tinha havia sido gasta para chamá-lo ali, contudo, não tinha mais volta; era tudo ou nada. —É que eu gosto de você.

— Gosta? Como assim? — Torna a perguntar Kauê. Em um puro ato de insanidade, Jeniffer rouba um selinho do colega. — Ah...! Olha... Como é seu nome, mesmo?

— Jeniffer.

— Jeniffer... olha... não dá! Infelizmente!

— Por quê?

— Porque eu mal te conheço... Desculpas... Até mais...

O garoto vai embora, deixando Jeniffer digerindo, aos poucos, o não que havia acabado de levar. De longe estava Carol, que agora havia se perdido completamente em meio a um furacão de emoções boas e más: ao ver a amiga dando um selinho no colega e, depois, ele a rejeitando, ela não sabia se ria ou se chorava.

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